Ceweb.br organiza debate sobre os impactos dos “agentes de IA” no ecossistema da Web
Área do NIC.br reuniu representantes de diferentes setores para discutir desafios e oportunidades da inteligência artificial autônoma e explorar caminhos para que tecnologia se desenvolva de forma ética e inclusiva
Agentes digitais que navegam, compram, negociam e até criam conteúdo sozinhos. Parece cenário de ficção científica, mas é a chamada Agentic Web, um modelo emergente em que inteligências artificiais passam a operar de forma autônoma em nome dos usuários. Para analisar os impactos desses “agentes de IA” no ecossistema da Web, identificando desafios e oportunidades, o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), reuniu representantes do governo federal, de provedores de conteúdo, empresas de tecnologia, universidades, organizações não governamentais e jornalistas em workshop realizado na terça-feira (29), em São Paulo (SP). A partir dos pontos debatidos, será produzido um relatório para fomentar e aprofundar futuras discussões sobre o tema.
O gerente do Ceweb.br, Vagner Diniz, explica que o encontro representou um exercício inicial para entender a forma de atuação dos assistentes e agentes de IA na Web e as repercussões tanto nos modelos de negócios baseados na Web quanto no modo como os usuários interagem nesse ambiente. E, com base nessa análise, contribuir como Sociedade para que inteligência artificial e Web convivam de maneira aberta, ética, inclusiva e alinhada aos interesses públicos. “Não basta acompanhar as mudanças; é preciso criar espaços onde tecnologia, sociedade e mercado conversem. Só assim conseguiremos orientar o desenvolvimento da inteligência artificial para que beneficie a todos, sem comprometer a ideia de uma Web aberta e segura, princípios que fizeram dela uma ferramenta tão poderosa”, destaca.
Uma das questões levantadas durante o workshop foi o alcance da Agentic Web, que pode afetar do comportamento dos usuários à economia digital, o que exige bons padrões técnicos de interoperabilidade e políticas públicas de longo prazo. Confira uma síntese do que foi discutido a respeito:
Comportamento dos usuários
Com a presença crescente de conteúdos gerados por IA no ambiente digital, surgem novas formas de criação e acesso à informação. Embora essas tecnologias ampliem possibilidades, elas também exigem atenção: nem sempre é simples identificar a origem, qualidade e integridade do que circula online. Nesse contexto, ganha força a necessidade de reforçar a educação digital, garantir transparência no uso das ferramentas e ampliar a autonomia das pessoas sobre seus dados e interações na Web.
Economia digital
A Agentic Web desafia as estruturas tradicionais da economia digital. Diogo Cortiz, especialista em inteligência artificial do Ceweb.br e coordenador técnico do encontro, afirma que “modelos de negócios baseados na monetização do comportamento dos usuários na Web estão sendo fortemente impactados pelos agentes de IA. Como agentes autônomos intermediam transações e criam novos fluxos de interação, o mercado tende a se reorganizar e exige novos modelos de negócio capazes de acompanhar esse ritmo de transformação. Inovação e adaptação serão determinantes para garantir que a economia digital continue dinâmica e sustentável.
Padrões técnicos
Outro ponto central é a falta de padrões técnicos consolidados que orientem o desenvolvimento desses agentes digitais e assegurem maior transparência e interoperabilidade em suas operações de tal maneira que não se ampliem os “jardins murados” da Web. Também cresce a preocupação com a diversidade nas equipes que desenvolvem e nos dados que alimentam essas soluções, elementos essenciais para reduzir vieses e garantir que a inteligência artificial seja construída de forma inclusiva, refletindo diferentes realidades e perspectivas.
“A discussão sobre a Agentic Web está apenas começando e deve se intensificar nos próximos anos. Ao fomentar o diálogo multissetorial e promover análises sobre os impactos da IA, o Ceweb.br reafirma seu papel como agente ativo na construção de um ambiente digital mais ético, inovador e preparada para os desafios do futuro”, finaliza Diniz.
Sobre o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web – Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web do NIC.br foi criado em 2015 com a missão de conduzir ações e iniciativas que promovam o contínuo desenvolvimento da Web e de seus princípios originais, colaborando para que seja uma rede aberta, universal e acessível a todos. Traz, em seu histórico de atuação, os projetos já desenvolvidos no Brasil pelo Consórcio do W3C, que têm por essência o fomento e uso de tecnologias web em sua concepção. Além disso, o Ceweb.br amplia o escopo desse trabalho ao desenvolver estudos e pesquisas sobre essas tecnologias, que podem auxiliar na formulação de políticas públicas. São diversas publicações que buscam mostrar como as tecnologias padronizadas da Web podem auxiliar na transformação social com mais transparência em governos e instituições, mais liberdade, privacidade, acessibilidade e universalidade. Mais informações em: https://ceweb.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.
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