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Notas | 13 NOV 2025

Rede Conexão Povos da Floresta e Ceweb.br unem forças no “Banzeiro da Esperança”, iniciativa da Fundação Amazônia Sustentável rumo à COP30


Conectividade significativa e saberes tradicionais se encontram em diálogo promovido pela FAS e pela Virada Sustentável

Belém, 13 de novembro de 2025 — A Rede Conexão Povos da Floresta participou, a convite da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e da Virada Sustentável (VS), das atividades do Banzeiro da Esperança, uma das principais iniciativas da Jornada Amazônica rumo à COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que segue até 21 de novembro em Belém (PA). O evento promove rodas de conversa, oficinas e vivências voltadas à escuta ativa das perspectivas dos povos da floresta — indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos.

O termo “Banzeiro da Esperança” une o significado tradicional da palavra "Banzeiro” - o movimento das águas após a passagem de um barco, símbolo do que reverbera e se espalha — a um sentido coletivo e inspirador, associado à força das comunidades amazônicas. No contexto do projeto, "Banzeiro da Esperança" representa uma jornada fluvial e cultural que conecta povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, jovens, pesquisadores e parceiros, levando suas vozes e propostas rumo à COP30, em Belém. É um movimento simbólico e real, onde cada parada e encontro nas margens do rio reforçam a ideia de que a esperança navega pela Amazônia, e que dela nasce transformação, diálogo e ação conjunta pela floresta e pelas pessoas que nela vivem.

“Mais do que uma embarcação, o Banzeiro é um território de encontro, diálogo e imersão amazônica, onde ciência, cultura e saberes tradicionais se entrelaçam. Assim como o banzeiro, o movimento das águas que agitam o rio, esta iniciativa convida cada pessoa a embarcar no fluxo da transformação, unindo diferentes vozes e perspectivas em prol de um futuro sustentável, justo e inclusivo”, explica Virgílio Viana, Superintendente Geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

Representando o Grupo de Trabalho (GT) de Educação da Rede Conexão Povos da Floresta, estiveram presentes Selma de Morais e Ewerton da Silva, ambos do Ceweb.br | NIC.br, além de Sabrina Costa, coordenadora de Operações da Rede Conexão.

Durante a atividade “Perspectiva institucional das organizações dos Povos da Floresta sobre as mudanças do clima”, Selma de Morais, coordenadora de projetos do Ceweb.br | NIC.br, apresentou as contribuições do GT de Educação e destacou o papel do Programa Sabedoria  Digital, importante iniciativa que busca fortalecer o uso seguro e consciente da Web como ferramenta para continuidade dos saberes tradicionais e fortalecimento dos laços comunitários.

“Estar no Banzeiro da Esperança é um momento de celebração e aprendizado. O Programa Sabedoria Digital reforça a importância de que a conectividade na Amazônia tem que ir além da infraestrutura: ela deve ser significativa, fortalecendo laços comunitários, preservando saberes tradicionais e impulsionando o protagonismo das comunidades locais”, destacou Selma de Morais.

Na ocasião, Selma também apresentou em primeira mão o vídeo manifesto A FLORESTA ONLINE: Conectividade Significativa, Ancestralidade e Defesa Climática na Amazônia, produzido pelo Ceweb.br | NIC.br | CGI.br, com apoio da Embaixada do Reino Unido, por meio do Programa de Acesso Digital (DAP). O vídeo foi lançado em primeira mão durante o Banzeiro da Esperança e está disponível em https://youtu.be/rL1zPVuu7yI

A Rede também foi representada por Sabrina Costa, que participou da oficina “Protagonismo Comunitário – Guardiões da Floresta”, promovendo trocas entre representantes quilombolas, extrativistas e indígenas sobre o papel das comunidades na defesa da Amazônia.

“A ideia da Rede Conexão é que a Internet seja um instrumento usado de forma consciente e segura, para que as populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas e extrativistas tenham acesso facilitado aos seus direitos fundamentais, incluindo saúde, educação e proteção territorial”, afirmou Sabrina.

“A colaboração entre o Programa de Acesso Digital do Reino Unido no Brasil, Ceweb.br | NIC.br |CGI.br e a Rede Conexão Povos da Floresta reafirma nosso compromisso conjunto com uma transformação digital inclusiva, sustentável e centrada nas pessoas”, reforçou Letícia Hungria, Diretora Interina do Programa de Acesso Digital da Embaixada do Reino Unido no Brasil.

“Ao ampliar o acesso à conectividade significativa na Amazônia, fortalecemos o protagonismo das comunidades locais e garantimos que suas vozes e saberes tradicionais integrem as soluções globais para o clima. Temos orgulho em apoiar essa iniciativa, alinhada ao propósito do Programa de fazer da tecnologia uma aliada das pessoas e da preservação dos territórios”, conclui Letícia.

Para Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br | NIC.br, a atuação em rede reforça o papel estratégico da Internet na agenda climática:

“A defesa climática é uma pauta que começa e termina com pessoas em rede. A chegada da Internet para os povos da floresta da Amazônia brasileira tem transformado vidas e proporcionado grandes oportunidades para territórios remotos. Quando usada de forma consciente e segura, a Web potencializa o conhecimento ancestral e conecta saberes com a tecnologia digital para proteger a maior floresta tropical do mundo. Alinhado com o nosso vídeo manifesto apresentado no Banzeiro rumo à COP30, “a Internet não é um fio que nos separa, mas um rio que nos conecta”, mas essa real conexão só existe quando os comunitários se apropriam dessa tecnologia - entendendo que existem diversas ferramentas na Web que promovem o empoderamento dessas comunidades, além de perigos que podem ser evitados. E o Ceweb.br atua justamente na capacitação dos comunitários para promoção e disseminação do uso consciente e seguro da Web”, finaliza Vagner.

Sobre o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web – Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web do NIC.br foi criado em 2015 com a missão de conduzir ações e iniciativas que promovam o contínuo desenvolvimento da Web e de seus princípios originais, colaborando para que seja uma rede aberta, universal e acessível a todos. Traz, em seu histórico de atuação, os projetos já desenvolvidos no Brasil pelo Consórcio do W3C, que têm por essência o fomento e uso de tecnologias web em sua concepção. Além disso, o Ceweb.br amplia o escopo desse trabalho ao desenvolver estudos e pesquisas sobre essas tecnologias, que podem auxiliar na formulação de políticas públicas. São diversas publicações que buscam mostrar como as tecnologias padronizadas da Web podem auxiliar na transformação social com mais transparência em governos e instituições, mais liberdade, privacidade, acessibilidade e universalidade. Mais informações em: https://ceweb.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte:  Registro.br (https://registro.br), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).  

Sobre a Rede Conexão Povos da Floresta
A Rede Conexão Povos da Floresta é uma iniciativa conjunta que tem como objetivo conectar em rede, através de internet banda larga, mais de 9 mil comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas em territórios protegidos da Amazônia Legal. A ideia é aliar conectividade e energia a programas de inclusão, segurança e empoderamento nas comunidades beneficiadas. Atualmente, já são mais de 2 mil comunidades conectadas pelo projeto.

O projeto é liderado pelas organizações de base Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em parceria com mais de 50 organizações da sociedade civil, instituições e empresas.