Ceweb.br reconhece pessoas e iniciativas que promovem uma Web acessível a todos
Prêmio Todos@Web foi marcado por palestras e participação de atletas paraolímpicos
Projetos Web, aplicativos, tecnologias e pessoas que contribuem para tornar a Web mais acessível foram reconhecidos na cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, Todos@Web, realizada na quinta-feira, 15 de setembro. A 4ª edição do prêmio teve um caráter especial: aconteceu em meio as Paralimpíadas, no Rio Media Center, centro de imprensa da prefeitura do Rio de Janeiro que recebe jornalistas brasileiros e estrangeiros durante os Jogos Rio 2016. Além disso, apresentou o novo formato do evento com um dia inteiro de atividades extras, que incluíram apresentações de casos práticos e palestras sobre a importância de fomentar e investir em acessibilidade na Web.
O Todos@Web é uma iniciativa do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que tem apoio do escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C Brasil). Em 2016, o evento contou com a parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Empresa Olímpica Municipal (EOM).
Pessoa reconhecida
O professor José Antonio dos Santos Borges recebeu de Jonathan Santos, atleta paraolímpico de arremesso de peso, categoria F40, o troféu de reconhecimento da categoria pessoa/instituição. Um dos mais respeitados desenvolvedores de acessibilidade da América Latina e, atualmente, coordenador do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ, José Antonio orientou a criação dos sistemas computacionais mais conhecidos e utilizados na área de acessibilidade na Web no Brasil.
Tecnologia Assistiva premiada
A Suíte VLIBRAS (http://www.vlibras.gov.br/) foi o primeiro colocado na categoria aplicativos/tecnologia assistiva. Trata-se de um conjunto de ferramentas utilizadas na tradução automática do português para a Língua Brasileira de Sinais. Os usuários podem utilizá-las tanto no desktop quanto em smartphones e tablets. Para entregar o prêmio, o Todos@Web contou com Emily Yates, voluntária cadeirante dos Jogos de Londres 2012 e do Rio 2016, autora do livro Lonely Planet Accessible Rio.
Sítio Web governamental
O portal Dataprev (http://www.dataprev.gov.br/) conquistou o primeiro lugar na categoria projetos Web - Governamentais. O portal utiliza padronização de código conforme as diretrizes de acessibilidade do W3C, respeitando também o guia de padrão visual do Governo Federal. Para entregar o prêmio, o Todos@Web contou com a presença de Licia Marca, chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro.
Projetos Web - Sociedade e Prêmio MAQ de Acessibilidade na Web
O portal Unimed Fortaleza (http://www.unimedfortaleza.com.br/) saiu vitorioso na categoria projetos Web – Sociedade, e conquistou o Prêmio MAQ de Acessibilidade na Web, sendo reconhecido como o melhor rojeto Web do evento. O portal atende as diretrizes de acessibilidade do W3C e possui recursos que levam em consideração usuários com diferentes tipos de deficiência. Medalhista de ouro e recordista no lançamento de disco, Alessandro Silva fez a entrega do prêmio MAQ, enquanto o prêmio Projetos Web – Sociedade foi entregue por Hartmut Glaser, secretário executivo do CGI.br.
Abertura e palestras
A acessibilidade na Web deve ser contemplada desde o início dos projetos de websites. A opinião é de Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br, que participou da abertura do evento, juntamente com Carolina Medeiros, diretora do Rio Media Center. Vagner lembrou os avanços obtidos a partir da legislação brasileira de inclusão das pessoas com deficiência. "Felizmente, agora temos o Estatuto da Pessoa com Deficiência com artigos que se dedicam especificamente ao mundo digital. É uma vitória, pois todas as organizações, públicas e privadas, são obrigadas pela lei a aderir às normas internacionais de acessibilidade na Web. Fazendo uma analogia aos Jogos Rio 2016 em andamento, a acessibilidade na Web ainda é uma medalha a ser ganha."
Vencedor da categoria pessoa/instituição do Todos@Web, o professor e palestrante José Antonio dos Santos Borges, fez um resgate histórico de marcos para a acessibilidade na Web desde a Bitnet, rede acadêmica pré-Internet, e traçou um prognóstico para o futuro com a Internet das Coisas e dispositivos vestíveis. Ele destacou que, apesar das conquistas alcançadas, ainda há muito a ser feito. “A acessibilidade já conseguiu produzir os resultados desejados? Para algumas pessoas, sim. Mas temos que brigar para que a acessibilidade seja para todos. Não estou preocupado se uma pessoa que tem um treinamento especial consegue acessar determinado site. A Web tem que ser para todos", reforçou.
Leis federais sobre acessibilidade na Web também foram detalhadas no evento. Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento Web do Ceweb.br, comentou que, em 2004, os brasileiros já dispunham de legislação que tornava obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos governamentais. Desde então, as leis evoluíram ao estabelecer que sítios e portais, públicos e privados, sigam diretrizes internacionais de acessibilidade na Web. “Se o seu sítio não está pronto para receber todas as pessoas, quem tem deficiência é o seu sítio, e não as pessoas”,reforçou Reinaldo, adaptando frase da arquiteta Thais Frota. Em complemento, Bruna Castanheira, da FGV Direito Rio, lembrou que o Marco Civil da Internet contempla, nos artigos 7º e 25º, o conceito de acessibilidade na Web, quando explicita que o acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania e que as aplicações de Internet de entes do poder público devem buscar acessibilidade a todos os interessados.
A audiodescrição, importante não só para deficientes visuais, mas também para deficientes intelectuais e idosos, foi tema de um dos painéis do evento. Diego Oliveira, do projeto Legenda Sonora, e a professora Rachel Ventura, do Instituto Benjamin Constant, explicaram como esse processo funciona e sua importância. “Por meio da audiodescrição, as pessoas se sentem incluídas na Web e têm a possibilidade de participar”, enfatizou Rachel.
Moderado por Carlos Paulo Jr., da Umbrella Agência Digital, o painel "Acessibilidade na Web para jornalistas e agências digitais" levantou o debate sobre a formação de profissionais capacitados para a implementação da acessibilidade na Web e as vantagens obtidas pelas empresas que investem em sites acessíveis. Para Eliane Leme, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, a cultura da acessibilidade começa a partir da informação. "É tão fácil se apaixonar por esse assunto e querer entrar nesse universo”, declarou. O painel teve ainda a presença de Simone Freire, da Espiral Interativa; Marcos Lima, do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e Lino Baroni, da Uncle Web Accessibility, que ressaltou: “a melhor escola para implementar acessibilidade na Web é o usuário”.
Conheça o trabalho dos finalistas e vencedores no sítio do prêmio: http://premio.ceweb.br/.
Sobre o Rio Media Center
O centro de mídia atende jornalistas de todo o mundo, credenciados ou não pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), oferecendo estrutura de trabalho, informações atualizadas e programação diversificada. Com 2.700 m² de área construída, o Rio Media Center oferece toda a estrutura necessária para facilitar o trabalho de jornalistas brasileiros e estrangeiros, incluindo estações de trabalho com internet cabeada e Wi-Fi de alta capacidade, sinal de satélite para transmissões ao vivo e estúdios de rádio e TV. A instalação funciona 24 horas por dia e tem acessibilidade e capacidade para até 600 jornalistas simultaneamente. O centro conta com um auditório multiuso com capacidade para até 300 pessoas. Os dois estúdios de TV e seis de rádio podem ser utilizados gratuitamente por meio de agendamento prévio. Há também profissionais bilíngues para atender às demandas jornalísticas. Mais informações: www.riomediacenter.com.br.
Sobre o Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web, fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos, pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais informações em http://www.ceweb.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.
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