Mais de 250 representantes de comunidades tradicionais da Amazônia participam de formação em segurança digital
1ª Formação Presencial de Sabedoria Digital promoveu o uso seguro da Internet e o empoderamento digital de povos indígenas, quilombolas e extrativistas
Mais de 250 representantes de comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas de todos os estados da Amazônia Legal estiveram reunidos entre os dias 04 a 06 de agosto, no Studio 5 Centro de Convenções, em Manaus (AM), participando da 1ª Formação Presencial de Sabedoria Digital. O evento teve como objetivo principal a capacitação em segurança digital para o uso seguro, consciente e estratégico da Internet nas comunidades tradicionais da região.
A formação integrou as ações da Rede Conexão Povos da Floresta, iniciativa conjunta que tem como objetivo conectar em rede, através de Internet banda larga, mais de 8 mil comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas em territórios protegidos da Amazônia Legal, garantindo o acesso a programas de educação, saúde, comunicação e proteção dos territórios. O evento foi correalizado com Ceweb.br|NIC.br|CGI.br, e conta com apoio da Embaixada do Reino Unido, por meio do Programa de Acesso Digital (DAP).
Durante os três dias de programação, os participantes trocaram experiências e participaram de oficinas e palestras com especialistas de instituições como Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), NIC.br, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Imazon, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Portal Telemedicina. Os temas abordados incluíram segurança cibernética, combate à desinformação, uso de ferramentas como o Gov.br, redes sociais, direitos digitais e boas práticas de navegação.
"Acreditamos que a verdadeira autonomia digital nasce da troca de saberes. Por isso, reunimos facilitadores indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos nesta imersão de três dias. Nosso objetivo é equipá-los com conhecimentos essenciais sobre a Internet, segurança digital e cidadania, para que possam não apenas se proteger de fraudes e notícias falsas, mas também utilizar a rede de forma consciente e multiplicar o aprendizado em suas comunidades, fortalecendo seus territórios." apontou Selma de Morais, coordenadora de projetos no Ceweb.br|NIC.br.
“Na comunidade quilombola onde moro, a internet é muito usada na educação. Tem muita gente que utiliza a Rede Conexão para estudar e fazer faculdade, e precisamos garantir o uso consciente dessa conectividade”, destacou Tais Cunha, representante da comunidade quilombola Guajará-Miri, em Acará (PA).
“Pra mim, o Sabedoria Digital proporcionou um momento além de trocas de experiências com outros parentes. Eu pude aprender muitas coisas relacionadas a tecnologias digitais, como, por exemplo, o cuidado que devemos ter com as redes sociais e muitos desafios que a gente precisa superar nas nossas comunidades. Tiramos dúvidas e aprofundamos nossos conhecimentos”, ressaltou a participante Lidiane Borari, comunitária da Aldeia Novo Lugar, na TI Maró, em Santarém (PA).
A proposta do encontro é que os participantes se tornem multiplicadores de conhecimento, promovendo a inclusão digital de forma segura e consciente em suas comunidades, com autonomia para acessar serviços digitais, defender seus direitos e proteger seus territórios.
“A partir do momento que a gente conecta uma comunidade à internet, a gente abre um mundo. Então, nesse processo de formação, é importante para eles aprenderem como usar a internet de forma segura, usar ferramentas digitais e se proteger de riscos”, reforçou Sabrina Costa, coordenadora de operações da Rede Conexão Povos da Floresta.
Segundo Mariana Cartaxo, diretora do Programa de Acesso Digital do Reino Unido no Brasil, “a conectividade não é algo binário — conectar ou não — mas precisa ser feita de forma segura, com conhecimento. Queremos ampliar esses saberes para que os facilitadores possam voltar às comunidades e compartilhar tudo o que aprenderam.”
Conectividade como meio para transformação social
Para além da conexão à Internet, lideranças presentes no evento destacaram a importância da conectividade como ferramenta para garantir direitos e melhorar o acesso a serviços essenciais. Para José Carlos Galiza, representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), a iniciativa tem impacto transformador nas comunidades.
“A parceria da CONAQ com toda essa rede de parceiros é muito importante porque nós estamos levando conectividade para comunidades que estavam isoladas e hoje, para além da conectividade, nós estamos levando outros pontos. A conectividade não é a principal ação do projeto, e sim os atendimentos de telessaúde, as formações online, trocas entre as comunidades e um monte de coisa que o projeto possibilitou”, afirmou Galiza.
“Entendemos que, quando formamos uma rede comunitária de povos da floresta interconectados pela Internet, precisamos criar uma rede que, de forma eficiente, use esse recurso para o seu próprio benefício. Essa conectividade, aliada à educação com boas práticas de uso da Internet, é uma ferramenta poderosa para a autonomia dessas comunidades. Agora, os facilitadores que participaram da formação retornam para suas comunidades com a missão de multiplicar o conhecimento adquirido, atuando como elos fundamentais entre a tecnologia e as suas realidades locais. O NIC.br está muito feliz com a parceria com o Conexão Povos da Floresta e a Embaixada Britânica para a realização dessa formação”, contou Vagner Diniz, gerente do NIC.br.
Sobre a Rede Conexão Povos da Floresta
O Conexão Povos da Floresta é uma iniciativa conjunta que tem como objetivo conectar em rede, através de internet banda larga, mais de 8 mil comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas em territórios protegidos da Amazônia Legal. A ideia é aliar conectividade e energia a programas de inclusão, segurança e empoderamento nas comunidades beneficiadas. Atualmente, até julho de 2025, já são mais de 1,8 mil comunidades conectadas pelo projeto.
O projeto é liderado pelas organizações de base Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em parceria com mais de 50 organizações da sociedade civil, instituições e empresas.
Sobre o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web – Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web do NIC.br foi criado em 2015 com a missão de conduzir ações e iniciativas que promovam o contínuo desenvolvimento da Web e de seus princípios originais, colaborando para que seja uma rede aberta, universal e acessível a todos. Traz, em seu histórico de atuação, os projetos já desenvolvidos no Brasil pelo Consórcio do W3C, que têm por essência o fomento e uso de tecnologias web em sua concepção. Além disso, o Ceweb.br amplia o escopo desse trabalho ao desenvolver estudos e pesquisas sobre essas tecnologias, que podem auxiliar na formulação de políticas públicas. São diversas publicações que buscam mostrar como as tecnologias padronizadas da Web podem auxiliar na transformação social com mais transparência em governos e instituições, mais liberdade, privacidade, acessibilidade e universalidade. Mais informações em: https://ceweb.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).
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