27 Catálogo/Repositório de dados
São Paulo já possui um catálogo de dados centralizado chamado Governo Aberto SP. Ele representa um esforço da Administração Pública paulista em reunir, num só lugar, informações sobre suas bases públicas, seus guardiões, suas características, a forma de baixá-las pela Web e seus formatos. É recomendável que exista um repositório central de dados, para que o cidadão não tenha que passar horas "catando" bases de dados em sítios de diferentes órgãos do Estado. Iniciativas exitosas ao redor do mundo mostram que a reunião das bases de dados num catálogo central não é apenas algo recomendado sob o ponto de vista da praticidade para o cidadão, mas como forma inteligente de medir e monitorar a saúde das bases públicas disponíveis para a sociedade.
O Governo Aberto SP pode deixar de ser um produto final, que serve como ferramenta de consulta, para ser uma plataforma. É preciso refletir sobre que tipo de informação entra e quais tipos de produtos podem sair desse portal, de modo que as integrações de bastidores (a formulação de scripts para automatizar o processo periódico de publicação de bases, por exemplo) façam parte do fluxo de trabalho dos servidores, sem atrapalhar sua rotina. O portal poderia ser também uma forma de o governo rastrear quais dados abertos estão sendo publicados e mantê-los organizados e atualizados.
Dentre os produtos que podem depender de um catálogo de dados centralizado bem administrado estão os dashboards, ou paineis dinâmicos. Essas ferramentas poderiam mostrar o rendimento do estado a partir de diversos indicadores construídos em cima das bases de dados disponíveis no portal. Essa estratégia seria interessante, pois os dados utilizados precisam ser abertos e atualizados para que o painel dinâmico funcione, criando um ciclo virtuoso.
Os paineis podem ser criados de acordo com a demanda do executivo, dos secretários e dos cidadãos: áreas como "criminalidade", "finanças", "saúde", "meio ambiente" ou "transporte". A escolha poderia ser feita a partir de uma tempestade de ideias com servidores, gestores e a sociedade civil ou por meio de uma consulta pública. Essas informações consistiriam no argumento para o desenvolvimento, que poderia ser feito por meio de competições. O governo colocaria as bases e as APIs à disposição dos programadores e das empresas, e eles fariam o protótipo. Essa relação entre governo e iniciativa privada pode estimular a geração de novos negócios a partir da abertura de dados.
Existem diversas ferramentas no mercado que podem auxiliar a Administração Pública na implantação de um catálogo centralizado de dados. Atualmente, duas que se destacam são o Socrata, desenvolvido por uma empresa americana, e o CKAN, ferramenta gratuita e de código livre mantida pela Open Knowledge e por uma comunidade de desenvolvedores. Ambas as ferramentas são usadas ao redor do mundo em portais de dados abertos governamentais e possuem vantagens e desvantagens. Cabe ao gestor público realizar consultas técnicas para tomar a decisão mais acertada frente às necessidades e ao contexto paulistas.